sábado, 4 de agosto de 2012

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E em uma das ruelas de pedras, numa daquelas bem estreitas, onde os corpos ficam mais próximos, era noite o dia ia amanhecer, e quando o dia vem chegando o desespero aumenta, a sensação de que ficou algo por fazer, algo por dizer, era esse o cenário.
Num abraço profundo sua voz saía sem perceber num tom baixo cheio de dor, ela queria saber por que ele a abandonara, ele se limitou a apenas abraçá-la, retribuindo o abraço com um sentimento que causou nela uma incrível sensação, ela sabia que doía nele também, essa era a resposta e sabia também que essa dor era insuportável. O abraço era bálsamo naquele momento.
Era impossível entender o que poderia separar corações de sentimentos tão nobres.
E nesse momento voltava a arder em seu peito aquele mesmo sentimento de amor porque a angústia era sufocada pelo abraço, era um abraço daqueles que faz uma conexão perfeita entre as almas, um abraço em que apenas aquelas duas almas podiam sentir e assimilar.
E ali permaneceram por um momento de êxtase, num transe quase inexplicável...
Mas foram interrompidos de súbito pela angústia que agora voltava e corroía-lhes e apertava a garganta, a angústia do abismo existente a consumia. era chegado o momento da separação...
Então ele partiu e sumiu na poeira amarelada ... ela...bem, ela ficou... ela acordou...

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